Hoje, só queria rebolar-me na relva molhada, sentir o sol bem quentinho no rosto e andar às tuas cavalitas como se fosse uma miúda...
Adorava correr pelos campos verdejantes a lançar papagaios de papel ao vento e vê-los chegar bem alto, mais alto que as nuvens que hoje decidiram pintar o céu de cinza.
Não existe nada mais no mundo que me fizesse sentir mais feliz, que ver bem fundo, o brilho dos teus olhos, o teu sorriso rasgado e o vermelho dos teus lábios.
E cantar…cantar…cantar…até ficarmos os dois com a voz rouca e as pernas a tremer de emoção por estarmos aqui….
Hoje, só queria voltar a ser aquela adolescente que se apaixonou perdidamente por ti, e que te fazia rir e que se ria das anedotas que contavas, mesmo quando elas não tinham assim tanta piada.
Adorava quando me olhavas bem pertinho, e me tiravas aquela madeixa de cabelo que teimava em cair-me sobre o rosto…dizias que era para não esconder os meus olhos, que eram doces…e eu acreditava.
Sabes, a memória das pessoas às vezes é engraçada.
Hoje, os campos verdejantes continuam aqui…e eu também. Mas de ti não há sinal, senão nos meus sentimentos.
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