ardes-me

ardes-me

22/04/10

Morrer na praia



Quis morrer na praia 

Os pés descalços na areia ardente

entre o céu imenso e o mar intenso,

naufragar no fulgor dos teus olhos negros

como duas conchas raras, nuas

prenhas duma felicidade latente.

Quis mergulhar nas profundezas do teu corpo

conhecer-lhe os seus segredos,

as correntes e os afluentes,

afagar-lhe as formas, lamber

o sal das tuas feridas

com o mel dos meus beijos

e abandonar-me ébrio ao sabor da maré,

p'ra desaguar no leito perfeito dos teus seios

onde amarro o meu barco ao cais,

solto a âncora, fecho a porta


e jogo a chave fora.

Miguel Ângelo,aqui



"Solta a âncora, fecha a porta e amarra o teu barco ao meu cais.Abandona-te ao sabor da paixão e vem desaguar entre os meus seios.Afaga-me docemente, entre correntes e afluentes e mergulha nas profundezas do meu corpo.Desvenda-me os segredos a cada mergulho, entre o céu imenso e este mar intenso e deixa-te naufragar no fundo dos meus olhos.Descalça-te.Desnuda-te.Atira fora a chave.E vem morrer nos meus braços.Neste deserto ardente que trago ao peito amordaçado"

Sem comentários: