Quis morrer na praia
Os pés descalços na areia ardente
entre o céu imenso e o mar intenso,
naufragar no fulgor dos teus olhos negros
como duas conchas raras, nuas
prenhas duma felicidade latente.
Quis mergulhar nas profundezas do teu corpo
conhecer-lhe os seus segredos,
as correntes e os afluentes,
afagar-lhe as formas, lamber
o sal das tuas feridas
com o mel dos meus beijos
e abandonar-me ébrio ao sabor da maré,
p'ra desaguar no leito perfeito dos teus seios
onde amarro o meu barco ao cais,
solto a âncora, fecho a porta
e jogo a chave fora.
Miguel Ângelo,aqui
"Solta a âncora, fecha a porta e amarra o teu barco ao meu cais.Abandona-te ao sabor da paixão e vem desaguar entre os meus seios.Afaga-me docemente, entre correntes e afluentes e mergulha nas profundezas do meu corpo.Desvenda-me os segredos a cada mergulho, entre o céu imenso e este mar intenso e deixa-te naufragar no fundo dos meus olhos.Descalça-te.Desnuda-te.Atira fora a chave.E vem morrer nos meus braços.Neste deserto ardente que trago ao peito amordaçado"
Sem comentários:
Enviar um comentário