ardes-me

ardes-me

08/02/10

doce crueldade


Chamas-me de doce, mas desconheces o meu lado amargo e cruel. Uso as vestes da doçura, para encobrir o tanto que me dói, sentir a incapacidade de me dar a ti. Cubro-me de ira num vazio repleto da tua ausência, que desarmas com a voz da tua aparição inconstante e inconsequente. Vens quando queres, quando já não te espero, e sem pedires permissão, instalas-te de novo no meu pensamento e agarras-te com as tuas garras ao meu coração.
E eu, cega por ti, desnudo-me da moral e da decência, e volto a mostrar tudo quando ocultei até então. Aqui, sou apenas uma necessidade temporária tua, trajada da despedia a cada nó desatado em pedaços de nada.
De novo me cubro do manto da crueldade e afasto-te de mim, para não abrir caminho à vontade de dizer-te, e o tudo que me falta dizer-te da vontade que sinto por ti.

'Maria'

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